sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Psicoterapia
Eu só quero alguém que não se sinta um deus em relação a mim e nem me trate como um E.T.
Acho que eu não peço muito.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Narguilè
A cada passo que dava Mond naqueles bequinhos empoçados de lama sentia-se cada vez mais parte daquele lugar, daquele mundo que estava tão estranho. O céu cinza-púrpura entre as brechas dos prédios malcuidados e os casarões em ruínas a afirmavam, a tomavam como parte de si. Seu all-star cano curto nunca enfrentou água que não viesse da chuva ou da podridão das ruas. E a saia curtíssima desfiava arrogantemente.
Sorteou um prédio empresarial qualquer e subiu até o último andar - só queria ter um panorama do seu Limbo. Ah, vista infernal esplêndida! As construções aos pedaços em vermelho-veneza, gris-de-payne e verde-musgo lutavam contra os canais pretos e o céu melancólico. Queria brincar de lego com aquele lugar, construindo e desconstruindo cada pilastra, cada muro, cada tijolo velho.
O céu. O céu escondia Deus em sua vergonha e ira. As nuvens pesadas não queriam brincar entre si, mas lutar avançando umas sobre as outras. Colisão. Conflito.
Aquelas nuvens agressivas estavam muito longe de sua melhor lembrança: Um narguilè.
A fumaça leve, espalhada, ousada e sensual. A fumaça que envolvia o corpo de um homem, o homem, e ao mesmo tempo a seduzia, atraindo seu corpo para perto daquele ser.
Aquela fumaça invadia seus beijos, seu prazer, suas convulsões.
Entre as mãos que passeavam entre curvas, pernas encaixadas... a fumaça atravessava e a febre consumia.
Em um dia estúpidamente alegre o narguilè não se encontrava mais. Sumira com aquele homem. A fumaça dissipara-se. Evaecera tudo. Todas as cores. As cores se misturaram. Confundiam. Colidiam. Lutavam.
Nada era mais leve. Nada era mais envolvente como aquele narguilè.
Sorteou um prédio empresarial qualquer e subiu até o último andar - só queria ter um panorama do seu Limbo. Ah, vista infernal esplêndida! As construções aos pedaços em vermelho-veneza, gris-de-payne e verde-musgo lutavam contra os canais pretos e o céu melancólico. Queria brincar de lego com aquele lugar, construindo e desconstruindo cada pilastra, cada muro, cada tijolo velho.
O céu. O céu escondia Deus em sua vergonha e ira. As nuvens pesadas não queriam brincar entre si, mas lutar avançando umas sobre as outras. Colisão. Conflito.
Aquelas nuvens agressivas estavam muito longe de sua melhor lembrança: Um narguilè.
A fumaça leve, espalhada, ousada e sensual. A fumaça que envolvia o corpo de um homem, o homem, e ao mesmo tempo a seduzia, atraindo seu corpo para perto daquele ser.
Aquela fumaça invadia seus beijos, seu prazer, suas convulsões.
Entre as mãos que passeavam entre curvas, pernas encaixadas... a fumaça atravessava e a febre consumia.
Em um dia estúpidamente alegre o narguilè não se encontrava mais. Sumira com aquele homem. A fumaça dissipara-se. Evaecera tudo. Todas as cores. As cores se misturaram. Confundiam. Colidiam. Lutavam.
Nada era mais leve. Nada era mais envolvente como aquele narguilè.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Freitag 13
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
"Bom é quando faz mal"
Barbie Destrossada(sic) diz:
vamo pra Sinagoga?
Herr Shön[u]kaffe[/u] diz:
eu tava pensando em algo mais ...
mundano.
Barbie Destrossada(sic) diz:
depois a gente peca, homi!
terça-feira, 27 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Pascal me disse que...
"Ainda que o Universo o esmagasse, o Homem seria mais nobre do que o mata, porque ele sabe que morre, e conhece a vantagem que o Universo tem sobre ele;
E disso o Universo nada sabe."
E disso o Universo nada sabe."
terça-feira, 22 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Os cinco grandes judeus
Estava eu, linda e morena, na minha humilde aula de Introdução à Filosofia quando de repente o senhor professor resolve contar uma piada de Jô Soares... claro que com ele contando não podíamos chamar, necessariamente, de piada. (Re)contar-la-ei!
A civilização ocidental se baseia, basicamente, em cinco grandes judeus:
Primeiro vem Moisés com os 10 mandamentos dizendo que tudo é pecado;
Tempinho depois, vem Jesus dizendo que tudo é amor;
Séculos mais tarde, Karl Marx e seu materialismo histórico insiste que tudo é dinheiro;
Aí Freud arromba as portas do inconsciente e grita que tudo é sexo...
Muita confusão depois, lá vem Einstein, na maior cara de pau, e afirma que é tudo relativo!
A civilização ocidental se baseia, basicamente, em cinco grandes judeus:
Primeiro vem Moisés com os 10 mandamentos dizendo que tudo é pecado;
Tempinho depois, vem Jesus dizendo que tudo é amor;
Séculos mais tarde, Karl Marx e seu materialismo histórico insiste que tudo é dinheiro;
Aí Freud arromba as portas do inconsciente e grita que tudo é sexo...
Muita confusão depois, lá vem Einstein, na maior cara de pau, e afirma que é tudo relativo!
domingo, 30 de agosto de 2009
A Sessão
Um céu cinza do mês de agosto anunciou uma peça... era grega.
As pessoas adentraram o recinto aos poucos e o alvoroço também. Jude se acomodou em seu
assento e para distrair os nervos resolveu entoar mentalmente uma mantra. Eu achei idiota.
Dentre os seres que ali se encontravam estava o Sargento e suas grossas sobrancelhas franzidas.
Eis que entra a Juíza com seu traje habitual e o ridículo martelinho irritante. Mas ela bate
com classe o seu martelinho até que todos os presentes se calem. Inicia-se a sessão.
É a última e a causa está ganha, é o que diz o advogado de Jude.
Jude estava melhor nos últimos tempos: ia à terapia, voltou a correr de bicicleta no parque,
cuidava de suas plantas(que eram poucas e pequenas, porém amadas), tomava remédios mais leves...
enfim! Estava se curando!
Empatizou bastante com seu psicoterapeuta e entrava em contato com o mundo aos poucos.
Jude e seus olhos cor-de-mel costumavam olhar os pombos andando no centro, seus cabelos
pretos ondulados estavam com ligas de borracha amarelas(aquelas que se amarram os maços de
cédula) nos domindos de calor, seus seios tinham mamilos rosadinhos, seus lábios eram finos e
corados. Não se irritava na TPM, mas chorava até com campanha publicitária sobre a extinção dos
ursos polares! Nunca conseguia abrir maçanetas arredondadas. Ouvia aquele programa de flackbacks
da rádio. Gostava de sardinha. Odiava azeitona. Dizia "eu te amo, mamãe" e "eu te amo, papai".
Cantava, desafinada, pra animar os amigos. E tinha muitos amigos!
Há quanto tempo rola a sessão? Bem, está no fim... a Juíza dará as conclusões finais.
Ao ouvir, o Sargento, com a face vermelha e suada, puxa a pequena arma e dá três tiros em sua
mulher. Antes mesmo de ser agarrado dá um tiro na boca, morrendo súbitamente, é claro.
A morte de Jude foi lenta.
As pessoas adentraram o recinto aos poucos e o alvoroço também. Jude se acomodou em seu
assento e para distrair os nervos resolveu entoar mentalmente uma mantra. Eu achei idiota.
Dentre os seres que ali se encontravam estava o Sargento e suas grossas sobrancelhas franzidas.
Eis que entra a Juíza com seu traje habitual e o ridículo martelinho irritante. Mas ela bate
com classe o seu martelinho até que todos os presentes se calem. Inicia-se a sessão.
É a última e a causa está ganha, é o que diz o advogado de Jude.
Jude estava melhor nos últimos tempos: ia à terapia, voltou a correr de bicicleta no parque,
cuidava de suas plantas(que eram poucas e pequenas, porém amadas), tomava remédios mais leves...
enfim! Estava se curando!
Empatizou bastante com seu psicoterapeuta e entrava em contato com o mundo aos poucos.
Jude e seus olhos cor-de-mel costumavam olhar os pombos andando no centro, seus cabelos
pretos ondulados estavam com ligas de borracha amarelas(aquelas que se amarram os maços de
cédula) nos domindos de calor, seus seios tinham mamilos rosadinhos, seus lábios eram finos e
corados. Não se irritava na TPM, mas chorava até com campanha publicitária sobre a extinção dos
ursos polares! Nunca conseguia abrir maçanetas arredondadas. Ouvia aquele programa de flackbacks
da rádio. Gostava de sardinha. Odiava azeitona. Dizia "eu te amo, mamãe" e "eu te amo, papai".
Cantava, desafinada, pra animar os amigos. E tinha muitos amigos!
Há quanto tempo rola a sessão? Bem, está no fim... a Juíza dará as conclusões finais.
Ao ouvir, o Sargento, com a face vermelha e suada, puxa a pequena arma e dá três tiros em sua
mulher. Antes mesmo de ser agarrado dá um tiro na boca, morrendo súbitamente, é claro.
A morte de Jude foi lenta.
sábado, 4 de julho de 2009
A presto!
Não que fosse fazer alguma diferença, mas já aviso:
Estou viajando.
Sim, sim! Estou passeando pelo velho mundo!
Por isso minha aparição aqui, que já está faltosa, ficará mais rara ainda! Mas não se preocupem! Dia 10 de agosto estou de volta e com a criatividade a mil!!
Beijos, minhas mentes pensantes!
A presto! Até a vista!
terça-feira, 19 de maio de 2009
"Ai, meu rico dinheirinho!"
Tempos de crise... Você liga a TV e um homem empalitozado está dizendo com uma voz funesta que os bancos estão fechando graças a crise. Liga o rádio e uma avalanche de notícias econômicas não lhe parecem nada satisfatórias. É hora de ir trabalhar. Ao chegar no ponto do ônibus existe uma barraquinha modesta ao lado com uns jornais expostos nos quais as manchetes falam do PIB e o aumento do dólar americano. Você finalmente chega em casa pela noite e, amigo, você está bem cansadinho, hein? Que tal ver se tem algum programa de comédia no ar? Opa! O assunto daquele programa que você nem lembrava que existia mais é “Soluções para escapar da crise”!!
É, colega... Faz-me lembrar a crise de 29... Maus tempos aqueles... Aí eu fico pensando: será a derrocada do capitalismo? Bem... Eu acho que não. Mas talvez algo mude em nossa forma de produção e consumo após esse ‘sustinho’(se é que se pode usar um diminutivo neste caso). É óbvio que não adquirimos bens tão duráveis assim! O carro popular (que de popular não tem mais nada!) que você compra hoje tem tempo de uso relativamente curto para gerar rentabilidade na venda como carro usado. A moda está como o Sílvio Santos gosta: em ritmo de festa! E se você não acompanhar as novas tendências...Ah! Que pessoa cafona você é! E nem pense que seu celular arranhado/descascado/ultrapassado é bom! Ele precisa ser um microcomputadorcoloridoambulante!!
Acho que Fidel Castro (aquele velho miserável...) devia produzir uma cartilha didática ensinando ao mundo capitalista como se sair imune de crises, afinal os cubanos tem muita prática sobre este assunto!
P.S.: Será que a essa altura o Tio Patinha$ se matou?
É, colega... Faz-me lembrar a crise de 29... Maus tempos aqueles... Aí eu fico pensando: será a derrocada do capitalismo? Bem... Eu acho que não. Mas talvez algo mude em nossa forma de produção e consumo após esse ‘sustinho’(se é que se pode usar um diminutivo neste caso). É óbvio que não adquirimos bens tão duráveis assim! O carro popular (que de popular não tem mais nada!) que você compra hoje tem tempo de uso relativamente curto para gerar rentabilidade na venda como carro usado. A moda está como o Sílvio Santos gosta: em ritmo de festa! E se você não acompanhar as novas tendências...Ah! Que pessoa cafona você é! E nem pense que seu celular arranhado/descascado/ultrapassado é bom! Ele precisa ser um microcomputadorcoloridoambulante!!
Acho que Fidel Castro (aquele velho miserável...) devia produzir uma cartilha didática ensinando ao mundo capitalista como se sair imune de crises, afinal os cubanos tem muita prática sobre este assunto!
P.S.: Será que a essa altura o Tio Patinha$ se matou?
sexta-feira, 13 de março de 2009
Amado Mestre
Um certo Silva. Ri comigo e lamenta também. Fala na cara e outras vezes ironiza.
Cinismo, seriedade... Constipação, desinteria, oleosidade excessiva, alergias, chocolatria.
Quadros, desenhos, esculturas, música, dança;
Coringa e Batman, Da Vinci, Caravaggio, Buonarotti, Morpheus, Alan Moore, Frank Miller, Poussin, Warhol, Manabu Mabe, Kafka... enfins.
Por vezes Pai,
por vezes Mãe.
Aprendiz e mestre.
Mas sempre amigo.
domingo, 18 de janeiro de 2009
O que ele quer de ti?
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