Era feia. Ela era essencialmente feia. Por fora, por dentro. Dentro e fora.
Seu rosto cavalar abrigava numerosas papadas escuras.
Sua pele era áspera e sem vida. Sem vida não! Mortificada!
Aliás, era de todo mortificada - das rugas e ao nariz que mais parecia uma batata estragada; Dos olhos de peixe podre aos cabelos de palha; do andar apressado tropeçante à silhueta reta decadente.
Que tristeza! Uma alcoviteira vulgar!-E tinha voz de alcoviteira vulgar! Sim, em toda miserável(ou comum) esquina há uma.
Por que havia de ser tão horrenda? Por que nos incomodar com a sua inútil existência? Por que sujar a estética daquele lugar, que já não era tão belo?
Até o vapor saido de suas narinas era fétido. Tinha cheiro de saliva de moribundo. Seu corpo peguento tinha cheiro azedo - ora como vinagre e carne crua, ora como cominho, alho e cebola crua.
De sua boca saia um bafo terrível, capaz de incomodar um cega a distâncias.
A genital tinha o cheiro de uma peixaria inteira!
As mãos não levavam jeito - o que plantava secava e o que cozinhava adquiria mau gosto.
Mulher desprezível. Sua presença queimava o que a avistava e afastava os bons ventos.
Mas ele a amava.