domingo, 6 de abril de 2008

Ao passar pelo espelho

Ao passar pelo espelho eu me deparei com você.
Não tinha porte, não era bela;
Não era interessante aos olhos meus, então por que seria à visão alheia?
(sedenta e faminta)
Se no ardor da juventude tinha sabor de morte... insosso, adstringente...
Como, então, iria se decompor?
Falei-lhe isso. Exactamente a mesma indagação.
Desta vez olhou-me pueril, inocente.
Eu? Olhei-a sem esparança, tocada, mas cheia de penas ingratas.
Ah! Aquela criança que vivia a me procurar!
Verdade. Ignorei-a(De fato, fiz-me cega), tentava fugir.
Ah!Ilusões queimei!Torturei-as!Torturei-me.
Ouvia-as gritando ao eco. Deixei-as queimar.
Saí do pensamento e então ao passar pelo espelho...

Um comentário:

Sofia O. disse...

Creio que também Babylon te encantou!

Belo. Muito belo. Como tudo o que faz. Como é, por si.