Como o sol dessa cidade era irritante. O clima quente desconcentrava. O clima desse verão a prejudicava por inteiro: seu cabelo, sua pele, suas glândulas e até mesmo sua sanidade.
Lua andava com muito custo até que achou um lugar que servia chá mate gelado com limão. Tudo que ela precisava naquele momento.
Naquele mesmo momento encontrou outra coisa que precisava, e essa coisa era uma pessoa interessante. Esta coisa estava com uma xícara com chá de maçã e canela, sentada perto da entrada, onde se tinha uma iluminação peculiarmente especial, de forma que a luz solar se dividia em cores através de um vidro.
Ela escrevia algo, usava óculos escuros em formato de coração, tinha os lábios carnudos em bordeau e ouvia MP3. Lua se aproximou, fitou de perto e, sem dizer nada, sentou-se na mesma mesa. Ela continuou o que estava fazendo e sem se mover saudou Lua.
- Como estás, Lua?
- Sendo. E você?
- Muito bem, obrigada. O que te traz aqui, hein?
- Esse verão indigno - disse Lua, suspirando de raiva.
- Geralmente o que me traz aqui é nada. Nada. Em verdade e absolutamente, nada.
Ela acabou o que fazia, tirou os óculos e os fones e encarou Lua com seus olhos de gato.
- Não achei que você fosse vir até mim tão cedo.
- Assim como nada a traz aqui, nada me trouxe até você.
E Lua tirou os seus óculos escuros modelo wayfare e também a encarou com seus olhos de felino esperto.
- Lua, estás amadurecendo.
domingo, 25 de abril de 2010
sábado, 17 de abril de 2010
Medíocre declaração para algo maravilhosamente inexplicável
O mundo lá fora rui, apodrece, flameja como o inferno.
Se eu fosse só, me importaria.
Contigo esqueço.
O mundo aqui dentro pulsa de tal forma, delicadamente, ora entusiasmada;
Que palavras poderia te destinar se me roubas todas?
Estás sempre a roubar-me.
Que poderia dizer-te?
Paro por aqui antes que me arrependa de o ter confessado.
Se eu fosse só, me importaria.
Contigo esqueço.
O mundo aqui dentro pulsa de tal forma, delicadamente, ora entusiasmada;
Que palavras poderia te destinar se me roubas todas?
Estás sempre a roubar-me.
Que poderia dizer-te?
Paro por aqui antes que me arrependa de o ter confessado.
Assinar:
Postagens (Atom)